De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população mundial está envelhecendo de modo sem precedentes. Embora seja um motivo de celebração, o envelhecimento populacional vem acompanhado do aumento de quadros médicos e do surgimento de novos padrões de doenças.

Grande parte das doenças que desenvolvemos ao envelhecer demanda assistência médica durante anos. Em geral, os tratamentos são conduzidos sem considerar a visão do paciente, o que gera diversos efeitos negativos.

Os profissionais, normalmente, sabem pouco sobre a pessoa que estão tratando, o que resulta em pedidos de exames e medicamentos desnecessários. Com isso, a resposta do paciente, muitas vezes, atrapalham o tratamento. Nesse sentido, o método clínico centrado na pessoa (MCCP) é o sistema que vai contra essa prática.

Acompanhe a leitura e confira tudo o que você precisa saber sobre os princípios desse método de tratamento.

Entenda o MCCP

Desenvolvido por estudiosos do Canadá e da África do Sul, o MCCP caracteriza-se pelo reconhecimento das necessidades do paciente antes de qualquer ação. Esse tipo de cuidado desempenha uma assistência individual e integral, pautada na humanização do atendimento.

Com isso, os profissionais da saúde conseguem acolher de maneira adequada, aumentando a eficiência do tratamento. Para isso, um dos aspectos fundamentais do método está na comunicação com o paciente, que deve estar em foco durante todo o atendimento, inclusive na tomada de decisões, quando possível.

Nos atendimentos tradicionais, em geral, os pacientes não são suficientemente informados sobre os cuidados que recebem, o que prejudica a eficiência do tratamento. Nesses casos, é normal que o paciente não colabore ou que, até mesmo, abandone as consultas. Afinal, eles não entendem a real importância das ações.

Assim, o MCCP surge como uma alternativa mais acolhedora e eficiente no tratamento dos pacientes. Para isso, o método conta com uma série de componentes que guiam a atuação dos profissionais de saúde. Confira, a seguir, os focos dessa metodologia.

Componentes do MCCP

A principal característica do MCCP, como o próprio nome já sugere, é a centralização do paciente durante o atendimento. Para isso, entretanto, os profissionais de saúde precisam repensar o modo como atuam durante as consultas.

Nesse sentido, os profissionais precisam atuar de modo a promover o equilíbrio entre os aspectos subjetivos — isto é, a tudo que concerne o corpo e mente de cada paciente — e objetivos — que estão relacionados aos conhecimentos do profissional.

Com o objetivo de facilitar a adesão ao método, seus idealizadores definiram alguns componentes que devem guiar o contato com os pacientes. Confira a seguir.

Diferenciando a Doença e a Experiência da Doença

Em primeiro lugar, é necessário distinguir os conceitos de doença e adoecimento, e agir de modo a equilibrar a objetividade do primeiro com a subjetividade do segundo. Afinal, embora as doenças apresentem padrões de desenvolvimento, a experiência de cada paciente exerce influência significativa nesses parâmetros.

Com efeito, podem surgir sentimentos de medo, raiva ou tranquilidade durante o processo de adoecimento, o que gera nos pacientes respostas distintas ao tratamento. Desse modo, é imprescindível observar todos os sinais apresentados durante as consultas, sejam eles fisiológicos, psicológicos ou emocionais.

Enxergando a pessoa em sua totalidade

Em geral, os profissionais da saúde direcionam o foco aos sintomas da doença, negligenciando aspectos fundamentais para entender o adoecimento. O MCCP destaca a importância de entender o paciente em sua totalidade, o que inclui o contexto econômico, os hábitos de vida, o histórico de saúde, entre outros pontos.

Desse modo, é possível avaliar a situação do indivíduo em sua completude, envolvendo as particularidades que o distingue de outros pacientes. Ao enxergar a pessoa em sua totalidade, os profissionais conseguem definir um atendimento mais eficiente e, em alguns casos, métodos de tratamento mais adequados e menos invasivos, por exemplo.

Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas

Com a diferenciação entre a doença e o adoecimento, os profissionais conseguem enxergar a pessoa para além do quadro médico. A partir disso, é hora de estabelecer um plano de manejo dos problemas, considerando todas as especificidades do paciente. Desse modo, fica muito mais fácil definir compromissos e as metas mais adequadas a cada caso.

Esse planejamento deve ser feito junto ao paciente, que deve ter consciência de todas as etapas do tratamento. Para isso, o profissional deve solucionar as dúvidas e avaliar as discordâncias a fim de chegar a um acordo entre as partes. Essa etapa é, pois, fundamental para que o paciente se torne mais ativo quanto aos cuidados, o que torna otimiza o acompanhamento da efetividade do tratamento.

Intensificado a relação entre a pessoa e o médico

Por fim, para que tudo isso seja colocado em prática, é imprescindível mudar a visão de que os profissionais devem agir afastados da realidade dos pacientes. Na verdade, o MCCP só funciona com a intensificação da relação com o indivíduo, o que envolve estar disponível para conversar e desenvolver uma sensibilidade para agir no melhor interesse do outro.

No entanto, um relacionamento demasiadamente estreito pode afetar a atuação dos profissionais e, consequentemente, prejudicar o tratamento. Por isso, também é importante estabelecer regras e limites.

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